sábado, 17 de abril de 2010

A marca letárgica da conversa

Olhar a tecelã
tecer
deixa-me
entre o sonho
e a vigília

Espeto o dedo
no fuso

E adormeço
cem anos

Homem nú? Homem vestido?

Encontrei meu marido no hospital, ia tirar umas pintas do rosto, uma verruga na perna. O médico atende em hospital. quando cheguei ele estava nú, só de cueca, com um avental azul de paciente pronto para a cirurgia. Não era sério, anestesia local. Estava perdido, entretanto, parecia um menino reclamando e obedecendo:

_ Coloque as "botas cirúrgicas", _ colocava, a touca, também.

Me entregaram suas roupas em uma sacola, inclusive os sapatos, e um papel onde assinou entregando os documentos, carteira e que mais.

Ri da história, imaginando se eu fosse embora com as coisas que portava: seu lenço e documentos...Não fui. Fiquei aguardando fielmente sua saída.

Nem acredito na mudança, quando de novo se vestiu, e se apossou do papel que lhe permitia resgatar lenço e documentos. De obediente passou a mandar:

_ Quero sair já daqui, tenho um compromisso às 18 horas, inadiável!!!!

A pressão dele até subiu.

Após luta paladina conseguiu a alta. Puxa!!!!!!!!!!!! Não posso me esquecer, num hospital, nús, se apossam de nós tais abjetos. É verdade, meu.