Sergio Fingermann estabelece a diferença entre olhar e ver. Para ele o pintor aprende a
ver. Trata-se de um olhar criado através do tempo de prática, de muito trabalho e
dedicação, de fé e confiança. Em nossa pesquisa de como trabalhamos, precisamos da descoberta de qual método cada um
de nós usa para pintar o que pinta. Ou seja, descobrimos as regras e as leis
criadas que vamos usar e aplicar na própria pintura ou tela. O método e as leis
são singulares, cada pintor cria as suas, o seu. Fazer arte exige custos,
pagamos preço: abandonamos a ingenuidade.
Na arte a intuição pode ser dom, mas sozinha serve
para nada; ou serve para nos levar à arte. Entregamos a intuição ao comando da
consciência. O método de trabalho é que é chamado de procedimento estético. Cada
artista desenvolverá o seu, na duração de seu processo. A intuição se juntando
à consciência? Paradoxal? Sim, elas coexistem, uma precisa da outra.
Mark Rothko trabalha com cores, mais do que formas/ou
e desenhos. Não se trata em Rothko de pintar
paredes, uma brincadeira entre colegas... Rothko cria com as cores camadas
sobre camadas, entremeaduras, tessituras, e através dos entremeios pode-se ver o interior do interior, sem nunca
ter fim. Ou seja, ver o que não vemos.
Sergio chama as pinceladas do(s) artista(s) de narrativas fracassadas de narrar. Kandinki, por seu lado, usa formas/desenhos no seu método de
transcender. E por aí vamos adentrando no desconhecido que podemos conhecer. Um
pouco.