Gabriel Arcanjo11 de maio de 2012 14:10
Quero um poema
sem pausa
Sem ponto
Sem virgula
Que seja lido corrido
Reinvente as palavras
Sem rima
Que por mais
Que seja mal escrito
Que ele gere polêmicas
Silêncio e gritos
Mas que não seja metafísico
Que se arrisque
E que corra perigo
Um poema sem história
Que não fale do passado
Nem recorra a memória
Que seja dito
Ao pé do ouvido
Quer seja preto e branco
Ou colorido
Que seja transparente
Mas não passe despercebido
Que ateie fogo ao quarteirão
E provoque o libido
Um poema profundo
Que abra as portas do mundo
Há muito tempo fechadas
Que sacie a fome
E alivie a dor
Enfim um poema de amor
Que seja de dominío público
Como uma oração
Feita dos pais para os filhos
E dos filhos para os pais
E que ninguém saiba
De onde ele veio
E para onde ele vai
Que seja dito por camponeses
E executivos
Que suplante a guerra
E instaure a paz
E que ninguém diga
Que tanto faz