sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009



In: Poemas na Arena
Eliane accioly

Aracnídia

para Maria José Giglio

1

caminha entre as barras

de um sonho, universo

úmido e rarefeito

duas habitam seu corpo:

Ariadne, a fiandeira,

e a Viúva Negra, amante

do Minotauro

a Seda e o Veneno

fiam e desfiam os labirintos

da senhora dos sentidos ciganos

com os nômades, descansa

na cidade de Ventania,

múltipla e si-mesma

2

esquálidos heróis

pálidas donzelas

poetas músicos ladrões

alguns dos que a encorpam

tropa trota estradas

tropeiros dos trens noturnos

a vida trama tramóias

quando certezas se traça

3

atrás de histórias sem fim

ata-me Aracnídea

ânsias de matá-la

e ela se rindo de mim

4

a Quadrilha Aracnídia sitia Àssombradado

e outra horda encontra:

Biutes, Uilcon Pereira, Jeane Lobo

Dóris e Eliane Accioly, Olga do Lago,

Miguel Anjo, Semíramis

Silvana Cappanari, Padre Nilo,

Evaristo, Evarista, Tânia Diniz,

Alicia Mello, Siloé Neves,

Rafael Tassinari, Ceres,

Luz e Fé, Silvia Anspach,

Helena Armond, Pascoal Motta,

Doralina Carvalho Rodrigues, Daniel,

Hugo e Efigênia

5

cavalgam zebras roubadas,

abrem caixas de Pandora,

quebram Poemas na Arena

se ajuntem delirantes!

em hordas falanges

quadrilhas e bandos

alcatéias miríades enxames

que é de uma só andorinha?

e gente humana desgarrada?

assunta Aracnídia


Nenhum comentário:

Postar um comentário