sábado, 17 de setembro de 2011

Aula de Pintura _ uma crônica

Meu professor de pintura me diz que sou uma aluna intuitiva. E pouco disciplinada. Preciso aprender a "ser lógica" para deixar de destruir quadros que faço durante a aula; pintar e desmanchar o que pintei pintando outro quadro sobre aquele. Que desperdício de energia, pensei.
_Ser cartesiana? _ lhe pergunto.
_ Por que não?! Não sei que curso você fez contra o cartesianismo.
_O de estar casada com um cartesiano, o que meu marido diz ser, há tantos filhos e netos.
Conto ao marido cartesiano o impasse, e ele responde:
_ Antes de Renée Decart houve um cartesiano _ Leonardo Da Vince.
_ Leonardo?! (me espanto).
_ Como não? Da Vince foi pintor, desenhista, pesquisador, cientista.

Não pude deixar de concordar. Concluo: fronteiras rígidas precisam ser derrubadas. Apenas as rígidas. Ainda não sei o que é isto. No entanto, é o que venho fazendo, venho derrubando fronteiras; as rígidas. Meu mestrado e doutorado: _ "A palavra in-sensata, poesia e psicanálise" e "Corpo-de-sonho, poesia e psicanálise". Que coisa, não desisto. Aliás, como no I Ching os elementos se permeiam, o dia e a noite, o café e o leite...Sou ou não cartesiana?

Pintura, aulas

Ainda trabalhando.
Não pronta.
Como eu.

falando devir

Tela não acabada, não pronta.
Pintar traz problemas que precisamos  resolver. Fundamental "encontrar" soluções.
Como na matemática.
Haroldo de Campos, professor e mestre dizia que a poesia se aparenta à matemática. Ou o contrário. Quando visualizar a solução e a realizar, envio a futura foto aos meus queridos blogueiros.